quarta-feira, 18 de abril de 2012

MST lembra Eldorado dos Carajás e realiza manifestações em 21 Estados

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Militantes do MST realizaram ontem manifestações em 21 Estados, para lembrar o assassinato de 19 trabalhadores rurais sem-terra, ocorrido em Eldorado dos Carajás no dia 16 de abril de 1996 (leia AQUI). Em cerca de cem trechos de rodovias, em diferentes partes do País, o trânsito foi bloqueado por alguns minutos.

As sedes de 11 superintendências regionais do Incra, invadidas na segunda-feira, continuavam ocupadas. No balanço geral, um total de 43 propriedades foi invadido nesta semana, segundo balanço do próprio MST.

Em Brasília, os invasores do Ministério do Desenvolvimento Agrário decidiram deixar o edifício. O governo federal havia dito na véspera, por intermédio do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, que não receberia representantes do MST e não negociaria a pauta de reivindicações enquanto perdurasse a invasão da sede do ministério.

O Massacre de Eldorado dos Carajás foi a morte de dezenove sem-terra que ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, Brasil decorrente da ação da polícia do estado do Pará.

Dezenove sem-terra foram mortos pela Polícia Militar do Estado do Pará (leia AQUI). O confronto ocorreu quando 1.500 sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local, porque estariam obstruindo a rodovia BR-155, que liga a capital do estado Belém ao sul do estado.

Os 155 policiais militares que participaram da operação foram indiciados sob acusação de homicídio pelo Inquérito Policial Militar (IPM). Esta decisão foi tomada premeditadamente, pois pela nossa lei penal, não há como punir um grupo, pois a conduta precisa ser individualizada. Como não houve perícia nas armas e projéteis para saber quais policiais atingiram determinadas vítimas, os 19 homicídios e as diversas lesões, permanecem impunes.

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